Diante desse momento de mundo em que estamos vivendo, conseguimos ver como algumas pautas se tornam ainda mais sensíveis quando há mulheres envolvidas. Se ao longo de toda a nossa existência fomos obrigadas, padronizadas, ceifadas e questionadas, hoje já é possível parar para nos olharmos com mais empatia e abraçar as nossas dores.

É linda e potente essa onda feminista que busca aceitação dos corpos e suas nuances, mas já se perguntaram o que nos torna mulherões da p*rra?

É claro que se listarmos a quantidade de funções e conjunções que geram mulheres tão incríveis faltariam carácteres, mas esse texto é para você!

Você que durante períodos delicados de saúde se fechou e mais uma vez, por uma imposição social que te calou para agradecer por estar lutando uma batalha que não escolheu.

Uma batalha que por muitas vezes você se sentiu solitária no íntimo (por mais acolhimento físico que tenha tido ao seu redor)

Assim como a lua, somos feitas de fases.

Quando mães, nos desconectamos de nós na essência.

Quando profissionais focadas, nos desconectamos do carimbo uterino imaginário que colocam na gente e pasme: mais uma vez, sem nossa permissão!

Quando buscamos liberdade, nos desconectam da figura de mãe protetora que esperam da gente.

Estamos o tempo inteiro acelerando e nos colocando em ponto morto pois a guerreira que intimida é a mesma que sente necessidade de afago.

Mas afinal de contas, por que sempre temos que abrir mão de algo? Se felicidade e tristeza não são lugares de permanência, são apenas passagem, por que não podemos ser sexies e letradas? Sensíveis e firmes? Focadas no trabalho, mas loucas pelo fervo? Mães e gozadeiras? Cult e apaixonadas por reality shows? Porque quando enfrentamos temporariamente um câncer, devemos simplesmente deixar de olhar para nós?

Os tratamentos oncológicos trazem inúmeras consequências emocionais e físicas que atingem diretamente a saúde íntima da mulher.

Quando não estamos sintonizadas conosco, ficamos fragilizadas emudecidas, pálidas e já passou da hora de falarmos sobre isso.

Lembremos que tudo o que não expressamos, fica infinitamente maior.

Uma mulher que se sente constrangida ao expor temáticas para além do fenômeno patológico, volta para aquele lugar de silêncio por conta da ânsia do ser humano em minimizar nossas dores com aquelas máximas “ah, mas mulher aguenta dor” mas gata, você não é obrigada a nada já faz muito tempo!

Pega essa última linha e faça dela o seu mantra.

Portanto, aí vai: nossa vaidade está dentro do lugar mais seguro para habitarmos, dentro de nós mesmas.

Não deixe ninguém entrar, não deixe ninguém transformar uma situação temporária em caos eterno e ativismo da felicidade unido ao sofrimento.

O discurso mais grosseiro que já ouvi na vida é o de que para aprendermos a dar valor à felicidade, precisamos sofrer. Alto lá!

Masoquismo, a gente usa em outros momentos. Rs

Jamais se esqueça da sua beleza pois ela é linda e única.

Se dê a chance de olhar com delicadeza, se curta e entenda que apesar da tempestade que você possa estar vivendo, sempre tem uma imensidão de mulheres prontas para te lembrar quão irretocável sua obra é, e se por ventura a vida te exigir cortes, recortes ou cicatrizes sua vaidade deve ser primeiramente o cuidado com a manutenção de sua alma Sua beleza vem de dentro e nem sempre estará sorrindo, fortona e cheia de frases de impacto mas ei, está tudo bem!

Nós estamos aqui para você, só queremos ter certeza de que você também está.

Maisa @maisamirandda

28 anos, mãe do Noah, pisciana, apaixonada por cultura brasileira e incansavelmente criativa.

Cita com bastante frequência as frases de Fernanda Young, Maria Ribeiro e Rita Lee.

Formada em comércio exterior, se dedica à de projetos relacionados a comunicação e ao ativismo e sexualidade feminina.

Criou o primeiro jogo que une educação sexual e desafios num só lugar e atende por Máh Miranda

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