Quando eu fui convidada para escrever para este projeto, eu me senti muito honrada, mas, mais do que isso, desafiada. O chamado veio da minha melhor amiga e uma das idealizadoras da NVAA, no ano em que completamos 30 anos desse laço entre mulheres, que um dia foram meninas que foram crescendo e se descobrindo juntas. Veio dois dias após o dia internacional da mulher, mesmo dia em que completei cinco meses de pós-parto da minha filha Maia.

Nesse emaranhado de conexões femininas, eu fui gentilmente desafiada a sair da minha zona de conforto, a falar sobre assuntos que, pessoalmente, me intrigam e me atraem, mas sobre os quais eu nunca escrevi ao longo dos meus 15 anos como jornalista.

Fui desafiada profissionalmente, mas, mais do que isso, provocada pessoalmente a me encarar, olhar para o espelho, me ver e me aceitar, com todas as marcas que uma mãe de dois filhos prestes a completar 37 anos carrega no corpo e na alma. E o tema para o início deste, que pretende ser um espaço de autoconhecimento, cuidado, respeito e descobertas, não poderia ter sido mais propício: a aceitação do corpo.

Como aceitar os nossos corpos, se ao longo da vida fomos compelidas a escondê-los?
Como entendê-los, se não nos ensinaram a falar sobre eles, a conhecê-los?Como aceitá-los, se não os vemos representados?

Os corpos das revistas não são os nossos. Os corpos das redes sociais vêm com filtros que maquiam a realidade e em ângulos que enganam. Eu não tenho as respostas, desculpem desapontá-las. Mas eu tenho vontade de descobrir, de trilhar esse caminho de autoconhecimento que me foi negado a vida toda, simplesmente porque “sobre alguns assuntos não se fala”.Falemos.

Vamos explorar novos caminhos que nos permitam uma conexão com a nossa essência e com o nosso corpo: esse aí, real, palpável, incrivelmente mágico e cheio do que alguns consideram “imperfeições”. Mas, afinal, a imperfeição só tem esse nome, porque alguém definiu que há um modelo perfeito. Pois agora eu te desafio: vamos juntas desconstruir essa ideia?

Ninguém vai definir por nós como os nossos corpos devem ser.
Você topa se encarar, sem filtros e com um olhar amoroso?
Pra mim será um enorme prazer poder dividir essa trajetória com vocês.

Até mais!

Daniela é jornalista e locutora há 15 anos, mãe do Gael, de quase 4 anos, e da Maia, de 6 meses. O estresse da cidade grande a fez encontrar, no yoga, um caminho de autoconhecimento. Mas foi na primeira gestação que pôde se aprofundar na potência do próprio corpo. Dois partos naturais depois, segue na busca pelo equilíbrio mental e físico e em formas menos danosas de existir no mundo. Apaixonada por viagens e viciada em café.

Deixe um comentário