Em muitos lugares do planeta, a primeira menstruação é recebida de forma discreta, embora muitas famílias optem por celebrar essa transição de vida com gestos singelos e presentes genuínos.
Em tantos outros locais distantes de áreas urbanas, por mais prática que seja a chegada da menarca, esta será celebrada em meio a rituais e festejos.
A verdade é que o entusiasmo que ronda esse acontecimento feminino, é meramente geográfico.
Muitas culturas ainda não são nada receptivas com as mudanças biológicas das mulheres. Menos ainda nessa fase da vida.
Em uma rápida leitura, descubra o que significa a menarca nas mais diversas culturas, e saiba como mulheres são obrigadas lidar com os tabus sobre a menstruação.
Menstruação: tabu até quando?
Menstruação na Índia: Tabus e Realidades
Sentar-se à mesa com a família ou mesmo entrar na cozinha de casa é algo corriqueiro, a menos que você esteja menstruada na Índia. Acredita-se que durante o período menstrual, a mulher possa “azedar” a refeição. O mais dolorido é saber que por lá, pelo menos 50% das meninas recebem a menarca sem nem ao menos saber da sua existência. Ou seja, a primeira menstruação é uma surpresa e representa uma mudança abrupta na socialização familiar.
Menstruação no Japão: Desafios e Superações
No Japão, a associação culinária também existe: muitos dizem que o ciclo menstrual promove desequilíbrio no preparo de alimentos, e que as mãos femininas não atendem a temperatura ideal para preparar um sushi. É bom saber que as japonesas vêm desafiando essa cultura, enfrentando e rompendo esse tabu.
Menstruação no Malawi: Silêncio e Improvisação
No Malawi, a menstruação nem assunto é. As famílias não abordam o tema com seus filhos e, assim como em outras partes da África, meninas e mulheres utilizam tecidos, roupas velhas e até mesmo folhas dado o alto custo dos absorventes.
Menstruação no Afeganistão: Mitos e Consequências
As afegãs não podem higienizar a área genital durante a menstruação graças ao mito que diz que a higiene nesse período causa infertilidade. As consequências só pioram quando a saúde reprodutiva é colocada em pauta, já que até o acesso a materiais para confecção de absorventes caseiros, é difícil.
Menstruação na Bolívia: Crenças e Saúde
Mais pertinho de nós, as meninas bolivianas de zonas rurais quando estão fora de casa, costumam guardar seus absorventes usados dentro dos bolsos. Uma crença popular diz que se misturado a outros resíduos, o sangue menstrual poderá espalhar doenças e até mesmo o câncer por todo o povoado.
Tantos tabus associados à pobreza menstrual causam a evasão escolar ao redor do planeta, e o Brasil não fica de fora.
Muito pelo contrário!
Um panorama brasileiro sobre a pobreza menstrual e evasão escolar no Brasil
– No Brasil, 30% das pessoas menstruam. Uma fatia expressiva que representa 60 milhões de habitantes.
– 3% menstruam em idade escolar. Destas, 213.000 não contam com banheiros em condições de uso dentro das escolas.
– Entre as trabalhadoras, + de 5,5 milhões já faltaram ao emprego por ausência de condições para comprar produtos destinados à higiene menstrual.
– Para driblar as ausências de métodos absorventes, muitas mulheres recorrem ao improviso: meias, tiras de roupas e até miolo de pão.
Fique a par das informações sobre o Programa de Dignidade Menstrual no Brasil
– O programa de dignidade menstrual foi implementado pelo Governo Federal em fevereiro de 2024.
– Quem tem direito?
Pessoas com baixa renda e matriculadas na rede pública de ensino
Pessoas em situação de rua ou vulnerabilidade social extrema
Pessoas recolhidas em unidades do sistema prisional
Pessoas em cumprimento de medidas socioeducativas
Para ajudar alguém que você conheça e que se encaixe nos padrões das beneficiárias, acesse www.gov.br.
Lembre-se: nem todos têm acesso a celulares, quanto mais aos seus direitos.
Repassar a informação também ajuda!
Fontes: (clique e saiba mais)
https://elpais.com/elpais/2017/11/09/actualidad/1510240864_380514.html
https://livreparamenstruar.org
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-drama-da-pobreza-menstrual